Professor da UNIP lança livro Despoluindo sobre trilhos.
Obra tem prefácio assinado pelo Reitor da UNIP, Prof. Dr. João Carlos Di Genio.
Congestionamentos constantes na entrada da cidade, arrastões nas estradas, tráfego intenso de caminhões no Porto de Santos, poluição, atrasos no embarque e desembarque de produtos e prejuízos milionários às empresas ligadas ao setor. Tudo isso é reflexo da estagnação do modal de transporte de cargas brasileiro, que impacta diretamente na qualidade de vida dos moradores da Baixada Santista e, indiretamente, na de todos os brasileiros.
Atualmente, quase 90% das cargas no Brasil são transportadas via rodovia, por caminhões. Além de todos os percalços enfrentados por quem vive na região, há ainda a questão financeira: o preço do frete embute todas as mazelas em custos que acabam sendo pagos por toda a sociedade.
Segundo um estudo do Departamento de Competitividade de Tecnologia (Decomtec), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), as empresas têm uma despesa anual extra de R$ 17 bilhões devido à precariedade da infraestrutura do país, incluindo péssimas condições das rodovias e sucateamento dos portos.
Esse valor astronômico ultrapassa os 30 bilhões por causa dos impostos e, já que ao chegar na ponta, ou seja, no comércio varejista, o produto é naturalmente sobretaxado para gerar lucro, esse valor dá novo salto, em termos brutos, ao dobro em média.
O livro Despoluindo sobre trilhos, de autoria do jornalista, advogado e engenheiro civil José Manoel Ferreira Gonçalves, mostra caminhos alternativos para lidar com o velho problema de transporte por cargas rodoviárias e propõe um projeto de lei de iniciativa popular que obriga os comerciantes a destacar o valor do frete na apresentação dos preços dos produtos.
“Essa conscientização, acreditamos, levará à pressão por mudanças que irão beneficiar todos de forma direta e principalmente de forma indireta, com a redução significativa dos custos do frete incidente sobre os produtos, aumentando assim o poder aquisitivo de todos os brasileiros”, explica Gonçalves.
Com lançamento nacional previsto para o dia 9 de outubro, durante 19º Congresso da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), em Brasília, a obra destaca ainda o modal de transporte rodoviário de cargas e suas descomedidas emissões de gases de efeito estufa, especialmente quando comparadas às decorrentes de outros modais, como o ferroviário, por exemplo.
O livro, que também será lançado também na região, começou como uma grande reportagem e, ao longo dos anos, foi amadurecendo, ganhando corpo, até virar tese de doutorado do autor. “Eu vivi por muitos anos no Guarujá e via o Porto de Santos ser um estorvo para a cidade. Mas ele não é encarado de forma clara. As pessoas têm vergonha de admitir que pagam um preço caro por viver numa cidade que abriga o maior porto do país”, destaca o autor do livro, que é doutor em Engenharia de Produção (Unimep) e mestre em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Itajubá.
“Quando o cidadão vê as reveladoras filas de caminhões em acostamentos das rodovias que levam aos 41 portos marítimos e 16 portos fluviais brasileiros, ele se dá conta de forma contundente que o problema existe. Mesmo que não saiba que um contêiner demora, em média, 21 dias para ser liberado, após achegada ao Porto de Santos, por exemplo, 19 dias a mais que no Porto de Roterdã, na Holanda. E que é mais barato enviar um contêiner do Brasil para a China do que transportar a carga num caminhão de Campinas a Santos”, exemplifica Gonçalves.
Hoje, o meio fluvial (aquaviário) ocupa apenas 3% dos transportes, o ferroviário 8% e o rodoviário, o mais caro e mais poluente, 89%. Na visão do autor, o Brasil possui uma má logística de transporte de cargas e transporte em geral, apinhada de gargalos e calcada no caro e poluente transporte sobre pneus, em detrimento dos mais econômicos e mais ecológicos transportes sobre trilhos e o aquaviário.
”Uma inversão gradual nesse cenário desastroso implicará em mais dinheiro no bolso da população, e a melhoria da qualidade de vida de todos os brasileiros”.
Economia
Segundo o jornalista, advogado e engenheiro, o transporte por ferrovias proporciona uma economia de 71% de diesel em relação ao transporte rodoviário. “Lembrando que o diesel tem recebido, no Brasil, subsídio direto ou renúncia fiscal, o que prejudica a nação, que recolhe menos dinheiro para atender à saúde, à educação e à segurança”.
Gonçalves acredita que é importante aproveitar o momento atual de mobilização dos brasileiros para tentar promover uma mudança cultural neste sentido. “Vimos que o governo brasileiro só mostrou alguma celeridade depois de pressionado pelas ruas. E o transporte de cargas e a logística como um todo, que é paga por cada cidadão, só pode melhorar no momento em que o cidadão tomar consciência destes fatos”, enfatiza.
“Se toda a movimentação de protestos iniciou-se por 20 centavos na passagem urbana, qual não seria a reação destes protestadores quando
percebessem que o puro descaso com o transporte pode estar sendo responsável pelo sequestro de uma larga fatia de sua renda?”, indaga o autor.Essa conscientização, segundo ele, levará à pressão por mudanças que irão beneficiar todos de forma direta e principalmente de forma
indireta, com a redução significativa dos custos do frete incidente sobre os produtos, aumentando assim o poder aquisitivo de todos osbrasileiros.
Sobre o autor:
José Manoel Ferreira Gonçalves é doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), mestre em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Itajubá. Também é ngenheiro Civil (Universidade Mackenzie), Jornalista (Fundação Cásper Libero) e Advogado (Universidade Santa Cecília). Pós-graduado em Geoprocessamento (UFRJ), Termofluidomecânica (EFEI), Eng. Oceânica (Coppe-UFRJ) e História da Arte pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Conselheiro do Instituto de Engenharia em dois mandatos e do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo (CREA).
Serviço:
Despoluindo sobre Trilhos – Transformação modal no transporte de cargas visando à redução das emissões dos gases do efeito estufa
Autor: José Manoel Ferreira Gonçalves
Editora: Sendas
250 páginas
Valor: R$ 50,00
À venda no site sosplaneta.com.br
Toda a renda da venda do livro será revertida para manter projetos ambientais.
Lançamentos:
Em Brasília, no dia 9 de outubro, durante Décimo Nono Congresso da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), onde o autor fará uma palestra;
Em São Paulo, no dia 28 de outubro, às 18h30, na Livraria Cultura, do Conjunto
Nacional.
No Guarujá, no dia 24 outubro, das 19h às 21h, na Câmara Municipal.
Em Santos: data e local a confirmar.
Fonte: Portal da Unip ; https://www.unip.br/presencial/comunicacao/exibe_noticia.asp?id=5090
Deixe uma resposta
Want to join the discussion?Feel free to contribute!