Arquivo para Tag: engenharias

A Ferrofrente, Frente Nacional pela Volta das Ferrovias, após reunião de urgência de sua diretoria decidiu expressar apoio ao movimento dos funcionários da CPTM e dos Sindicatos dos Ferroviários, Sorocabana, Central do Brasil e Engenheiros estão lutando por melhores salários. É uma luta digna, respeitável, necessária e que tem o nosso reconhecimento e respeito.

Foram várias reuniões negociais, a última realizada em junho/2021. De forma desrespeitosa a proposta para a categoria foi de reajuste de zero por cento, encerrando as negociações. Essa postura é inadmissível e a sociedade deve reagir contra isso. O trabalhador do sistema ferroviário atua em área essencialíssima da vida da cidade, da região e no caso da região metropolitana de várias cidades importantes da maior metrópole do país. Mais respeito, portanto.

A atitude política necessária neste momento é a sociedade dizer alto e bom som, BASTA! Não aceitamos esse desrespeito por parte da companhia.

Eng. José Manoel Ferreira Gonçalves

Presidente da Ferrofrente, Frente Nacional pela Volta das Ferrovias

www.ferrofrente.org

Acesse o portal Uol Notícias: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/07/14/ferroviarios-comunicam-que-entrarao-em-greve-a-partir-de-amanha-em-sp.htm

Acesse links disponíveis para leitura do meu artigo: FERROVIAS PARA POUCOS

 

Data da Publicação:26/02/2021
Cidade/UF: Balneário Camboriú / SC
URL:https://cidadenoar.com/noticia/11350/ferrovias-para-poucos

 

Data da Publicação:26/02/2021
Cidade/UF: São Paulo / SP
URL:https://gazetadasemana.com.br/noticia/31999/ferrovias-para-poucos

 

Data da Publicação: 26/02/2021
Cidade/UF: Maringá / PR
URL: https://regionalexpressmg.com.br/noticia/5288/ferrovias-para-poucos

 

Data da Publicação:26/02/2021
Cidade/UF: Camaçari / BA
URL: https://camacari24horas.com.br/noticia/1142/ferrovias-para-poucos

 

Data da Publicação: 26/02/2021
Cidade/UF: Goiânia / GO
URL: https://goiasalerta.com.br/noticia/774/ferrovias-para-poucos

 

Data da Publicação:26/02/2021
Cidade/UF: São Paulo / SP
URL: https://saladanoticia.com.br/noticia/1860/ferrovias-para-poucos

 

Data da Publicação:25/02/2021
Cidade/UF: Montes Claros / MG
URL:https://gazetanm.com.br/ferrovias-para-poucos

 

Data da Publicação: 23/02/2021
Cidade/UF: Santa Bárbara d’Oeste / SP
URL: https://twitter.com/SB24Horas/status/1364242903799717892

 

Data da Publicação:23/02/2021
Cidade/UF:
 Santa Bárbara d’Oeste / SP
URL:
https://sb24horas.com.br/ferrovias-para-poucos

 

Data da Publicação: 02/03/2021
Cidade/UF: Belo Horizonte / MG
URL: https://diariodocomercio.com.br/opiniao/ferrovias-para-poucos

 

Data da Publicação: 02/03/2021
URL:
http://www.direitoenegocios.com/o-que-ha-de-obscuro-na-privatizacao-da-eletrobras

 

Data da Publicação: 27/02/2021
Cidade/UF: Nova Odessa / SP
URL:
https://www.jornaldenovaodessa.com.br/opiniao/ferrovias-para-poucos

 

Data da Publicação:26/02/2021
Cidade/UF: Salvador / BA
URL:
 https://abnoticianews.com.br/noticia/27433/ferrovias-para-poucos

 

Data da Publicação:15/03/2021
Cidade/UF:
Atibaia / SP
URL: 
https://novodia.digital/2021/03/ferrovias-para-poucos

 

Data da Publicação:20/03/2021
Cidade/UF: Cuiabá / MT
URL: https://www.blogdovaldemir.com.br/artigos/ferrovias-para-poucos

 

Acesse links disponíveis para leitura do meu artigo: FERROVIAS PARA POUCOS

 

Data da Publicação: 25/02/2021
Veículo: 
Jornal Monitor Mercantil Online
Tipo de Mídia: Site –
Cidade/UF: Rio de Janeiro / RJ
Tipo de Publicação:
Artigo
URL: 
https://monitormercantil.com.br/ferrovias-para-poucos
Tipo de Clipping:
Artigo

Data da Publicação: 25/02/2021
Veículo: 
Portal Folha Regional
Tipo de Mídia:
Site – Cidade/UF: Andradina / SP
Tipo de Publicação: 
Artigo
URL: 
https://jfolharegional.com.br/mostra.asp?Noticias=44775
Tipo de Clipping:
Artigo



Está em curso no Congresso, de forma quase silenciosa, mais um atentado à soberania brasileira: o malfadado projeto de lei 261, do Senado, que deixa de exigir a concessão para novos projetos de ferrovias, os quais poderão ser feitos, segundo a proposta, por meio de simples autorização a qualquer investidor privado.

É tudo aquilo que as grandes empresas que dominam o setor desejam: utilizar nossos trilhos de acordo com seus únicos propósitos, sem se importar se o modal permanecerá restrito ao transporte de outras mercadorias e à população. É a continuidade, com o carimbo oficial, daquilo que essas empresas estiveram fazendo nas últimas décadas: explorando as ferrovias sem qualquer contrapartida de interesse nacional.

Tratado como o novo marco regulatório do setor, o PL 261/18 é uma tragédia para quem deseja ver as ferrovias ocuparem aqui novamente o devido espaço como vetor de integração. Aprová-lo será dar carta branca à iniciativa privada para executar o papel que deveria ser exercido pelo Estado – o de induzir a recuperação e melhor utilização da nossa combalida malha ferroviária. Obviamente, interesses comerciais ficarão acima de qualquer projeto de interesse público. Um marco regulatório, enfim, que abre a porteira da boiada também nas ferrovias.

O Brasil sepultou nas últimas décadas o transporte de passageiros em trens de média e longa distância, algo inadmissível num país de dimensões continentais. Enquanto as concessões estiverem concentradas nas mãos de poucos operadores, teremos frustrada a possibilidade de transportar mercadorias e produtos agregados (com exceção de grãos, açúcar e minérios). Dependeremos cada vez mais das rodovias e do humor dos caminhoneiros para movimentar a economia.

O governo federal tem a obrigação de olhar para as ferrovias com uma visão mais ampla. Não pode ser míope a ponto de simplesmente lavar as mãos e deixar a ampliação da infraestrutura ferroviária submetida à vontade das empresas.

Entendemos que a legislação atual é engessada e inapropriada. Mas daí a institucionalizar um modelo de ferrovia para poucos, existe um longo caminho. O remédio poderá matar de vez o paciente. Ferrovias ativas induzem o crescimento. São um investimento sustentável Precisamos de uma política pública que as contemple como fator de desenvolvimento nacional. Há muito o que se fazer: não há integração com outros modais e, conforme já assinalamos, o transporte de passageiros é pífio, enquanto o transporte de mercadorias
praticamente se resume a grãos e minérios, com poucas empresas explorando o serviço. Ferrovia no Brasil é uma matriz logística subutilizada. A situação é de abandono. Estão hoje, infelizmente, na mesma situação das fábricas fechadas que se acumulam a cada dia no relato econômico do país.

Paulo, a empresa Rumo, ao renovar sua concessão, comprometeu-se a recuperar trechos abandonados de Bauru a Panorama e de Araraquara, Barretos e Colômbia. Nada foi feito. No estado, os trens trafegam a velocidade de navio: média de 22 quilômetros por hora. De Paratinga, na Baixada Santista, até o porto de Santos, um trecho de cerca de 30 quilômetros, uma composição pode levar mais de oito horas para cumprir o trajeto. E essa é apenas uma amostra da situação vexaminosa das ferrovias em operação. É esse cenário com o qual teremos que nos conformar nos próximos 20, 30 anos?

Trazendo à baila a questão dos portos, outra área abandonada de nossa infraestrutura (basta circular pela Baixada Santista e verificar o quanto estamos relegando o potencial da atividade portuária), cumpre-nos estabelecer a necessidade de o Brasil buscar parcerias estratégicas que possam revigorar não apenas as ferrovias, mas também outros modais de transporte, cuja deficiência operacional significa atraso e custos inconcebíveis para o país.


Dilapidada e até mesmo ridicularizada pelo governo Bolsonaro, em mais um de seus atos inconsequentes, a relação Brasil-China seria uma via natural e sólida para construirmos uma política consistente de reconstrução e retomada de crescimento. O que significa, no caso das ferrovias, dotar o país de um transporte de um lado eficiente para toda a sorte de mercadorias e, de outro, apto para receber a bordo uma camada cada vez maior da população.


A China e suas indústrias são referência nos grandes projetos de infraestrutura, contando inclusive no passado com a experiência de construtoras brasileiras, que levaram sua expertise para o outro lado do mundo, quando nossa Engenharia era motivo de orgulho nacional. Por que não contemplar e resgatar a parceria sino-brasileira para construirmos um futuro diferente desse cenário sombrio que se avizinha, com Estado omisso e um reduzido número de empresas se beneficiando dessa situação?

O tema precisa ser amplamente discutido com a sociedade. Um novo marco legal deveria contemplar de forma cristalina os interesses públicos para que não tenhamos enorme prejuízo com nossas ferrovias nas próximas décadas.

Precisamos assegurar que todos, indistintamente, possam fazer uso delas!

*José Manoel Ferreira Gonçalves é engenheiro e presidente da Ferrofrente (Frente Nacional
pela Volta das Ferrovias)


Sem ágio e com proposta única, pelo valor mínimo de outorga, míseros R$ 32,7 milhões. Assim foi o leilão da FIOL, Ferrovia de Integração Oeste Leste, que cobre 537 quilômetros, de Caetité a Ilhéus na Bahia. Mesmo com esse desempenho pífio, o resultado foi comemorado pelo governo federal, em mais um capítulo da farsa dos leilões.
Em vez de exaltar uma nova concessão cedida a preço de banana, deveríamos lamentar o rumo que a malha ferroviária e outros modais de transporte estão tomando sob a atual gestão em Brasília. A FIOL é apenas mais um exemplo da série desastrosa de erros que estão cometendo com os leilões de infraestrutura.
Descontando a controvérsia ambiental (que deveria sim, ser examinada com mais cuidado antes de bater o martelo com a concessão), a ideia da ferrovia – ligar o oeste da Bahia ao porto de Ilhéus – é boa. As administrações passadas até chegaram a se empenhar na construção do trecho, concluindo 80% das obras.
Mas, da forma como foi definida no recente leilão, a ferrovia só servirá para transportar commodities, quando deveria estar a serviço da integração de toda a rica região do interior baiano com outras áreas do estado e com o restante do país. Na verdade, o leilão só interessava a uma empresa, muito mais pelo acesso estratégico ao porto de Ilhéus do que pelo transporte de minério de ferro sobre
os trilhos.
Levar o certame adiante nessas condições é mais um exemplo do que não deveríamos fazer com nossas ferrovias. Em países desenvolvidos, elas são um símbolo da integração nacional. Mas, aqui, preferimos a postura de país colonizado.
Transporte sobre trilhos não pode se resumir às cargas de commodities. É precisa ter um projeto nacional que conceba não apenas a exploração de todo o potencial ferroviário para o transporte de passageiros e outras matérias-primas, mas também a ligação das ferrovias com os demais modais. Brasília nunca se dedicou a fazer essa lição de casa, por inércia, comodismo, incompetência ou, pior, por estarmos vivendo um jogo de cartas marcadas.
Somos o país da fantasia, em que promessas de investimentos estéreis são comemoradas e vendidas para a mídia como grandes feitos, encobrindo o vazio em que estamos mergulhados pela falta de políticas públicas nacionais de desenvolvimento. Vamos pagar – já estamos pagando, na verdade, com os atuais leilões – um preço muito caro por essa omissão.
Vender ativos importantes como a FIOL a preço de banana, sem nenhuma contrapartida, a não ser o benefício privado, é um desserviço. Um crime
perpetrado contra a nação.


José Manoel Ferreira Gonçalves é engenheiro e presidente da Ferrofrente
(Frente Nacional pela volta das Ferrovias).

Veja também: LEILÃO DA FIOL PRECISA SER ADIADO

 

Data da Publicação: 12/04/2021
Cidade/UF: São Paulo / SP
URL: https://negociosemfoco.com/amp/?releaseid=2001505

 

Data da Publicação:10/04/2021
Cidade/UF: Rio de Janeiro / RJ
URL:http://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=405788

 

Data da Publicação:09/04/2021
Cidade/UF: Ipatinga / MG
URL:https://twitter.com/diarioaco/status/1380581409623044098

 

Data da Publicação:09/04/2021
Cidade/UF: Santo Antônio da Platina / PR
URL:https://tribunadovale.com.br/blog/2021/04/09/fiol-mais-um-capitulo-da-farsa-dos-leiloes

 

Data da Publicação:09/04/2021
Cidade/UF: Ipatinga / MG
URL:https://www.diariodoaco.com.br/noticia/0087367-fiol-mais-um-capitulo-da-farsa-dos-leiloes

 

Data da Publicação:09/04/2021
Cidade/UF: Ipatinga / MG
URL:https://www.facebook.com/diariodoaco/posts/3881137635312988

José Manoel Ferreira Gonçalves

O jornal O Estado de S. Paulo trouxe no último domingo matéria enaltecendo os investimentos que são aguardados a partir de um novo marco legal para as ferrovias, em discussão no Senado desde 2018. Em linhas gerais, com regimes de autorização, o projeto de lei escancara o setor aos interesses da iniciativa privada, que terá assim um instrumento legal para escolher apenas os trechos que deseja para investir, melhorar e ampliar a malha ferroviária.

Hoje, as concessionárias privadas que exploram nossos trilhos basicamente se dedicam a transportar commodities – grãos e minério de ferro. Essa triste realidade poderá ser acentuada, portanto, caso o Estado se exima, a partir do novo marco. de interferir para que a ferrovia ocupe o seu verdadeiro papel de integração nacional, inclusive no transporte de passageiros, além de cargas variadas. 

Em países continentais, as ferrovias são essenciais para essa integração. Elas funcionam também como instrumento de diminuição da desigualdade, ao possibilitar um transporte eficiente e barato à população.

Sempre defendemos que o transporte sobre trilhos não pode se resumir às cargas de commodities. É precisa ter um projeto nacional que inclua não apenas a exploração de todo o potencial ferroviário para o transporte de passageiros e outras matérias-primas, mas também a ligação das ferrovias com os demais modais.

Em suma, os interesses privados estão minando qualquer possibilidade de termos as ferrovias ocupando papel de destaque na logística nacional. Quem já está no jogo das concessões, não quer que o Brasil atraía novos operadores, muito menos que o governo incorpore qualquer ideia de inclusão e diversidade no atual cenário dos trens no país. Com o impasse e o lobby intenso das atuais empresas mandachuvas dos trilhos, o Brasil perde a chance de ter uma amplitude de investimento em nossa combalida malha ferroviária.

Aparentemente, pelas notícias que chegam de Brasília, os políticos não compartilham dessas nossas preocupações. Enfeitiçados pela ideia do Estado mínimo, lavam as mãos e entregam nosso patrimônio nas mãos de poucos.

José Manoel Ferreira Gonçalves é engenheiro e presidente da Ferrofrente (Frente Nacional pela volta das Ferrovias).

Data Publicação: 30/04/2021
Cidade/UF: 
São Paulo / SP
Url: 
https://saladanoticia.com.br/noticia/4231/estado-minimo-ferrovia-para-poucos 

 

Data Publicação: 30/04/2021
Cidade/UF: 
São Paulo / SP
Url: 
https://saladanoticia.com.br/noticia/4231/estado-minimo-ferrovia-para-poucos 

 

Data Publicação:30/04/2021
Cidade/UF:Balneário Camboriú / SC
Url: https://cidadenoar.com/noticia/13712/estado-minimo-ferrovia-para-poucos 

 

Data Publicação: 30/04/2021
Veículo: Portal AB Notícia News
Cidade/UF: Salvador / BA
Url: https://abnoticianews.com.br/noticia/32971/estado-minimo-ferrovia-para-poucos 

 

Data Publicação: 30/04/2021
Veículo: MG Comunicação Empresarial
Cidade/UF: Recife / PE
Url: https://mgcomunicacao.com/?p=110653

 

Data Publicação: 30/04/2021
Cidade/UF: São Paulo / SP
Url: https://gazetadasemana.com.br/noticia/38602/estado-minimo-ferrovia-para-poucos 

 

Data da Publicação:28/04/2021
Cidade/UF: São Paulo / SP
URL: https://www.mobilize.org.br/noticias/12611/estado-minimo-ferrovia-para-poucos.html

 

Data da Publicação:28/04/2021
Cidade/UF: São Paulo / SP
URL:https://abolbrasil.org.br/posts/estado-minimo-ferrovia-para-poucos

 

Data da Publicação:29/04/2021
Cidade/UF: São Paulo / SP
URL:https://www.infomet.com.br/site/noticias-ler.php?bsc=ativar&org=noticias-busca&cod=157184
Detalhes: Para acessar a notícia na íntegra é necessário ser assinante do site

 

Data da Publicação: 03/05/2021
Cidade/UF: Montes Claros / MG
URL: https://gazetanm.com.br/estado-minimo-ferrovia-para-poucos

 

Data da Publicação: 04/05/2021
Cidade/UF: Jundiaí / SP
URL:https://www.logweb.com.br/artigo/estado-minimo-ferrovia-para-poucos

 

Data da Publicação: 04/05/2021
Cidade/UF: Curitiba / PR
URL:https://www.bemparana.com.br/noticia/estado-minimo-ferrovia-para-poucos

 

Data da Publicação:02/05/2021
Cidade/UF: Fortaleza / CE
URL:https://portalinvestne.com/2021/05/02/estado-minimo-ferrovia-para-poucos

 

Data da Publicação:06/05/2021
Cidade/UF: João Pessoa / PB
URL:https://administradores.com.br/artigos/estado-m%C3%ADnimo-ferrovia-para-poucos

 

Data da Publicação:08/05/2021
Cidade/UF: Natal / RN
URL: https://unibusrn.com/2021/05/08/artigo-estado-minimo-ferrovia-para-poucos/?amp

 

Data da Publicação: 06/05/2021
Veículo: Diário de Sorocaba
Cidade/UF: Sorocaba / SP
Seção: Opinião
Páginas:2
URL: https://files.pressmanager.net/clientes/d2bd8f2a3089824d0691b9e08012580a/imagens/2021/05/18/fa02ac2bc2cb05f83547b9de09123b9f.jpg

Passadas as eleições, muitos assuntos de interesse da pátria voltam a ser discutidos, mas nem sempre com a atenção devida. Alguns políticos e autoridades aproveitam esse período para tentar emplacar projetos que só atendem a interesses de poucos.

O novo marco regulatório das ferrovias, PL 261/18, é um exemplo típico dessa situação. Trata-se de um tema que deve ser amplamente discutido com a sociedade, mas que, se depender do Congresso, entrará em pauta com brevidade, ainda este ano, antes do recesso parlamentar. O risco de “passar a boiada” das ferrovias com esse açodamento é grande.

Enquanto isso, já se fala, por exemplo, na renovação antecipada e imediata de trechos importantes de nosso sistema ferroviário, como a Malha Sul, onde os programas de investimento da atual concessionária foram muito aquém do estabelecido em contrato. Quase metade dos trilhos continua sem tráfego e dos 4175 km que estão em operação, apenas 9% se apresenta em bom estado. E nada foi feito para melhorar esse quadro na última década, apesar das inúmeras notificações que a concessionária recebeu ao longo desse período.

Renovar o que nunca funcionou assim, com tanta celeridade? Já ouvimos o mugido da boiada se aproximando.

Além de justas outorgas e claras diretrizes para aportes de investimentos privados, precisamos ter com o novo marco legal das ferrovias a sinalização de um projeto nacional de integração com base na malha ferroviária, de forma que ela seja recuperada para o uso de passageiros. Assim, uma das maiores preocupações da Ferrofrente nos últimos dois anos foi ressaltar junto às autoridades e à sociedade o princípio de que o direito de passagem seja respeitado.

O descumprimento de determinações da Justiça tem sido frequente nos últimos anos. Concessionárias se apoderam dos trilhos e só promovem melhorias que são de seus próprios interesses, muitas vezes focadas apenas em um único negócio: transporte de grãos ou de minérios. Não há a preocupação de se adequar os trechos concessionados para outros tipos de carga, muito menos para o transporte de passageiros. É uma ferrovia para poucos!

O texto do novo marco legal precisa contemplar de forma cristalina o direito de passagem, para que não tenhamos enorme prejuízo com a concessão de nossas ferrovias nas próximas décadas. Precisa assegurar que todos, indistintamente, possam fazer uso delas.

José Manoel Ferreira Gonçalves é engenheiro e presidente da Ferrofrente (Frente Nacional pela volta das Ferrovias).

Em recente conversa com empresários, o governo federal sinalizou que não é prioridade da atual gestão articular uma política de Estado de longo prazo para a expansão do transporte ferroviário de passageiros, em que pese os técnicos da infraestrutura apontarem o enorme potencial que as viagens sobre trilhos possuem para a integração e o desenvolvimento econômico do país.

Ora, num país em que a saúde pública é tratada pelas autoridades com negligência não é surpresa que assuntos como as ferrovias não comovam o atual governo. O setor, na verdade, está abandonado. Vive entregue à própria sorte, sem nenhuma diretriz ou planejamento, a mercê de empresas que já estão há décadas com a concessão de nossas ferrovias nas mãos, sem nenhum benefício ao transporte de passageiros e, não raro, contribuindo com sua inoperância para a dilapidação de um patrimônio que deveria estar a serviço da população.

Sem uma política de desenvolvimento para as ferrovias, vimos as prorrogações de contrato se tornarem a norma, fundamentadas em promessas de investimentos que só beneficiam os detentores das concessões. Preocupações limitadas, como o aumento da receita com a exploração das ferrovias, dominam as tratativas que deveriam girar em torno de um planejamento a longo prazo.

Tivemos a oportunidade de avançar no diálogo sobre investimentos públicos e privados em ferrovias quando aconteceu a grande greve dos caminhoneiros, em 2018. Mas a sociedade civil não deu atenção à necessidade de resgatarmos o modal ferroviário como alternativa para o transporte de passageiros e também para o transporte de carga. Todas as nações continentais reservam às ferrovias um papel preponderante na movimentação de grandes cargas e passageiros, com segurança e menor custo energético. A exceção é o Brasil.

Temos 30 mil quilômetros de trilhos, mas a maior parte está desativada devido ao descaso e o desgaste temporal. Os poucos trechos operantes recebem composições que funcionam à velocidade média de inacreditáveis 15 km/h.

É o retrato de um Brasil sem ferrovias e sem esperança.

José Manoel Ferreira Gonçalves é engenheiro, jornalista, advogado, professor doutor, pós-graduado em Ciência Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e presidente licenciado da Ferrofrente.

A assinatura do contrato da Rumo pra a prorrogação da Malha Paulista não impede a continuação dos questionamentos. Nossa ação judicial que denuncia as ilegalidades e irregularidades na prorrogação do contrato da Malha Paulista, que tramita em Curitiba/PR, em razão da sede da empresa Rumo Logística, continua, e o seu resultado poderá ser a anulação dos contratos, por ofensa direta aos parâmetros legais e constitucionais.

José Manoel Ferreira Gonçalves é engenheiro, jornalista, advogado, professor doutor, pós-graduado em Ciência Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e presidente licenciado da Ferrofrente.

Comemoramos hoje, 30 de abril, o Dia do Ferroviário. É uma oportunidade de homenagear todos os que trabalham em nossas estradas de ferro.

É também uma chance de refletir sobre a importância de recuperarmos nossas ferrovias e, assim, termos mais um mercado de trabalho vibrante também para o profissional engenheiro.

Investir em transporte ferroviário significa dinamizar nossa logística, diminuir a dependência do modal rodoviário, reduzir o custo de fretes, beneficiar a população com locomoção segura, eficaz e barata e, ainda, defender a sustentabilidade e o meio ambiente.

Isso sem falar que a ferrovia é essencial para termos um projeto efetivo de integração nacional, como vimos acontecer em outros países de dimensões continentais.

No Brasil, cerca de 65% do transporte é feito por rodovias, e aproximadamente15% por trilhos. Mais da metade da malha ferroviária precisa ser recuperada – o que seria ótimo para gerar empregos na retomada econômica.

Estamos diante de uma grande oportunidade de crescimento e os engenheiros precisam estar engajados nesse desafio.

Tive a oportunidade de fazer parte dessa luta com a Ferrofrente – Frente Nacional pela Volta das Ferrovias. E agora pretendo incentivar o transporte nos trilhos também no âmbito do Crea-SP.

Essa luta é de todos nós!

José Manoel Ferreira Gonçalves é engenheiro, jornalista, advogado, professor doutor, pós-graduado em Ciência Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e presidente licenciado da Ferrofrente.