Um Fator Multiplicador.
ArtigosDesde sua fundação nosso país tem sido conduzido por ciclos econômicos distintos.
No início do ciclo assistimos a um crescimento econômico rápido, depois a um período de estagnação, por fim um inevitável declínio do que era um novo ciclo.
- O Brasil começou com o ciclo de um produto que lhe deu o nome: o Pau-brasil;
- Passou a ser colonizado de fato pelo seu segundo ciclo, o do açúcar;
- Sustentou uma metrópole decadente com ciclo do ouro;
- Virou um país de fato pelo ciclo do café e;
- Novamente se transformou pelo ciclo industrial e automobilístico.
Os ciclos representam oportunidades para o país, a chance de crescer economicamente.
Os recordes anuais da produção graneleira e açucareira, bem como a plena industrialização são uma grande nova oportunidade, mas para que ela seja aproveitada, precisamos que voltem os trilhos: que volte o trem.
O problema que acontece com o Brasil é que os interesses particulares são privilegiados no período de ganhos e crescimento, mas os prejuízos são compartilhados com toda a sociedade no período de perdas e declínio.
É preciso que haja uma visão de longo prazo. É da natureza da economia moderna que os ciclos aconteçam cada vez mais rapidamente. Cabe ao gestor administrar a infraestrutura do País para além deles.
Durante mais de cem anos criamos uma infraestrutura forte para o transporte mais barato de mercadorias e pessoas: as Ferrovias. Mas faz mais de setenta anos que a abandonamos.
A quantidade de passageiros de trem era tão pequena, que, cinco anos depois, em 1981, passou a receber ônibus que faziam viagens para outros estados. E foi daí que nasceu a Rodoferroviária de Brasília. Até 2010, foi o principal terminal rodoviário para linhas interestaduais no Distrito Federal.
O último trem de passageiros partiu da Rodoferroviária em 1991. O local ainda é utilizado por trens de carga. E, se tudo der certo, um dia teremos um trem regional inteligando Brasília a Goiânia, passando por Luziânia. É o Expresso Pequi, que tornaria as viagens mais rápidas e confortáveis.
O prédio que um dia já foi a Rodoferroviária pertence à União. Depois que o terminal foi desativado, passou a receber órgãos públicos do governo do DF.
Desde julho de 2010 os ônibus que vão e chegam de todo o país usam a Rodoviária Interestadual, que fica atrás do Setor Policial, em frente ao Guará e perto do Setor de Oficinas Sul. A estrutura moderna favorece a iluminação natural e o reuso da água da chuva. Lá pertinho tem uma estação de metrô e uma parada de ônibus – que facilitam a integração com outros meios de transporte.
O primeiro ônibus a partir da nova rodoviária, na madrugada do dia da inauguração, levou passageiros para Feira de Santana, na Bahia.
Cerca de 40 empresas de ônibus interestaduais operam no local e transportam, por mês, mais de 140 mil pessoas.
Por José Manoel Ferreira Gonçalves
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